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Lendas Firminenses: Professor Cícero Torres Galindo


Sobre o segundo prefeito de Senador Firmino, Professor Cícero Galindo, contam-se fatos curiosos. O Brasil vivia a época da Ditadura Vargas, e ele podia estabelecer sua vontade como bem quisesse. Manter a cidade limpa era uma de suas principais lutas, tanto que nomeara um fiscal específico para cuidar dessa área. Tinha verdadeira birra com os carros de bois. Isso porque além da sujeira que os bois espalhavam, o “canto” do carro deixava-no irritado. Era só algum carro surgir “cantando” na rua, que o fiscal aparecia para aplicar a multa, e ainda colocava azeite de mamona nas rodas para acabar com o barulho.
As juntas dos bois eram tocadas pelo carreiro que usava uma aguilhada (uma vara comprida com um ferrão na ponta) para despertar o animal cansado ou preguiçoso, e a cada agulhada o bicho soltava um monte de esterco, sujando a rua limpinha. Levando-se em conta que normalmente cada carro era puxado por seis bois e que todos os proprietários rurais tinham o seu, dá para se ter uma idéia da sujeira que faziam.
Para resolver esse problema, o prefeito Cícero Galindo tentou fabricar um anteparo que conseguisse evitar que as fezes viessem a sujar a rua. Até que o carpinteiro chegou a fabricar um, mas o problema foi que não encontrou modo para afixar a geringonça na parte posterior de cada animal. A cada movimento mais ríspido ela vinha abaixo e, com ela todo o estrume acumulado. O prefeito acabou tendo que abandonar a idéia e passou a defender que o transporte de mercadoria fosse feito por tropa de burros e a montaria em charretes. Dizia que a tropa era mais poética: à frente a mula-madrinha, com cangalha vistosa, com cincerro no peito, que tocava, à medida que o animal andava, o som assemelhado ao de campainha. E com muitos benefícios sobre o carro de bois: o som não era tão barulhento e no burro era mais fácil fixar o “para-merda”, pois ela era num formato diferente, mais sólida, em tabletes simétricos, em vez da pasta molenga e sem direção certa dos bovinos.
Segundo o Sô Tote, que era fiscal, a invenção deu certo, abrandando a raiva do dinâmico prefeito. E para quem seguisse sua proposta deu vantagens: a tropa e charrete não precisavam pagar a taxa de circulação, enquanto os carros de bois eram obrigados a afixar uma placa da prefeitura e pagar a taxa anualmente.

Rodrigo Celi Veiga Dias
Presidente do Conselho do Patrimônio Cultural
Senador Firmino - MG

4 comentários:

T disse...

Uau, interessante.

dinho-music disse...

Muito interessante. parabéns.

Luis Miguel disse...

eu mesmo achei engraçado. inventar um pára-merdas não é pra qualquer um. kkkkkk q trabalho kkkkkkkkkkk
muito bom...

Beta de Santana disse...

Olá Rodrigo!
Venho atraves da comunidade Blog divulgação e dicas.
Esta história não me é estranha, acho que já ouvi algo parecido mais foi na TV.
Achei legal tu postar lendas, pois é muito útil, no curso que eu estou fazendo as vezes é necessário, lendas, curiosidades sobre as cidades em questão e posso te garantir que não é fácil de serem encontradas. Faço turismo receptivo. Parabéns por sua iniciativa.
beijokas, Beta de Santana