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Nosso Patrimônio – Bens Inventariados: Carnaval

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Categoria: Bens Imateriais

O Inventário do Carnaval de Senador Firmino foi elaborado em 2009, pelo historiador Rodrigo Celi Veiga Dias e o jornalista Matheus Fernandes Teixeira.
Vejamos a seguir um breve histórico desse bem imaterial de nosso município:

Até o início da década de 1920 o Carnaval em Conceição do Turvo tinha o nome de ENTRUDO, brincadeira um tanto violenta, pois, de par com as delicadas laranjas de cheiro que os foliões se atiravam mutuamente, havia o péssimo costume de atirarem latas e baldes de água nos foliões que passavam, das janelas de algumas residências.
Em 1924, um grupo de rapazes e senhoras resolveram organizar o Carnaval propriamente dito. Foi confeccionado um carro alegórico, montado em um carro-de-boi, que desfilou por algumas ruas da cidade indo até a residência do seu Chiquinho Lacerda, na Rua São Miguel.
Na década de 1940, o Sr. Juvenal Dias Ferreira realizava no salão de seu Bar, embaixo de sua residência (onde funcionava o Hotel Senador), um baile de carnaval com marchinhas, que era patrocinado pelo Prefeito Professor Cícero Torres Galindo.
Na década de 1960, o Sr. Ângelo Casarin, juntamente com um animado grupo de firminenses fundou o Ródanes Social Clube, que passou a realizar o bailes no antigo prédio do Cine Glória. O Ródanes por longos anos contagiou toda a nossa região com um grandioso carnaval.
Ainda na década de 60, surgiu a Bandinha da Saudade, formada por ilustres personalidades firminenses que desfilavam pelas ruas da cidade tocando as tradicionais marchinhas de carnaval. A bandinha esteve presente na folia de Senador Firmino até os anos iniciais da década de 1970.
Em 1974, um grupo de rapazes formou o Bloco Ciganeiros. No ano seguinte Dona Leonor Benedito começou a organizar o bloco, que por sugestão do Dr. Mário Firmo passou a se chamar Escola de Samba Saca-Rolha, que fazia um grandioso desfile de carros alegóricos e alas fantasiadas pelas ruas da cidade, cada ano com um tema diferente. Em 1978, para concorrer com o Saca-Rolha, um grupo de rapazes fundou o Grêmio Recreativo Bambas do Samba, que também desfilava com carros alegóricos e alas. Durante as década de 70 e 80 os dois blocos fizeram desfiles belíssimos, que atraia a atenção de toda a região, mas por problemas financeiros acabaram parando de desfilar.
Em fins da década de 1970, como forma de criar um espaço alternativo para os bailes de Carnaval, os senhores Francisco Miguel Nogueira (Chico Bode), Antônio Gomes Nogueira (Pite) e Hélio Teixeira Ribeiro (Tito Teixeira), resolveram comemorar o carnaval em uma garagem à Rua Santa Terezinha, toda cercada de bambu e com um toca-discos daqueles bem velhos. Por causa da grande participação, no ano seguinte os organizadores resolveram comprar um lote à Rua Antônio Braz, onde iriam construir o Senador Tênis Clube. Porém obra num foi terminada, tem sido parada a construção quando duas paredes e a cobertura já tinham sido feitas. Mesmo, assim, seu piso foi colocado e ali o povo gosava as alegrias do carnaval. Naquela época no Ródanes Social Clube a folia tinha uma pausa para que os foliões pudessem se sentar e descansar; como no Senador Tênis Clube não tinha lugar para se colocarem cadeiras, as pessoas tinham de descansar em pé, por isso passaram a chamar aquele lugar de Clube do Canela Roxa.
Na década de 1980, depois da desunião dos sócios, o Prefeito Sr. Rafael de Barros Fiorillo compra o prédio e transforma num Galpão da Prefeitura, sem, contudo deixar de atender aos festejos de momo. Nos dias de carnaval, as máquinas eram retiradas e a infra-estrutura era montada para receber os foliões. Porém, ninguém reclamava e o Canela Roxa estava sempre cheio.
Em 1999, o Prefeito Dr. Carlos Antônio Lourenço resolve transferir o carnaval para a Praça Raimundo Carneiro. E em 2007, com o Prefeito Sr. William Fernandes Mussi, volta-se a realizar matinês no Canela Roxa, com a Banda União tocando marchinhas de carnaval. Essa Banda União é composta por alguns músicos da Corporação Musical Nossa Senhora da Conceição e convidados.
Em 1991, temos surgimento do Bloco do Zé Neném, que sempre trazia em suas camisas sátiras as frases que o Zé Neném colocava em seu bar e a algum acontecimento da atualidade.
Em 1997, o pároco da cidade, Padre Luiz Faustino dos Santos, no intuito de divulgar o Tema da Campanha da Fraternidade da CNBB durante o carnaval, resolve criar um bloco, com a participação dos Agentes de Pastoral da Paróquia. Esse bloco ficou conhecido pelo povo como Bloco da Igreja, mas na realidade em 1998 recebeu de seus componentes o nome de Bloco Alegria do Turvo. Em 2001, sem o apoio do novo pároco, Padre Oscar de Oliveira Germano, o bloco deixa de sair pelas ruas da cidade.
O carnaval hoje acontece praticamente na Praça Raimundo Carneiro. Todas as noites a Banda União toca no palco as marchinhas e logo em seguida acontece shows musicais. Vários blocos fazem camisas com frases e desfilam pelas ruas da cidade e pela Praça, podemos citar: Bloco do Zé Neném, Bloco da Taioba, Bloco da Negona, Bloco Katapulta, Bloco Chapadin, Bloco As Minina, Bloco Os Pererecas, Bloco SenaFolia e Bloco Power Guido.
O Programa de Aplicação do Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (FUMPAC), para o ano de 2011, previu a utilização de parte do recurso do fundo para a contratação de bandas para executarem as músicas tradicionais do Carnaval.


Rodrigo Celi Veiga Dias
Historiador

Nosso Patrimônio – Bens Inventariados: Imagem de Nossa Senhora da Piedade

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Categoria: Bens Móveis e Integrados

O Inventário da Imagem de Nossa Senhora da Piedade foi elaborado em 2009, pelo historiador Rodrigo Celi Veiga Dias, o jornalista Matheus Fernandes Teixeira e a arquiteta Rosimery Vidigal de Barros Carvalho.
Vejamos a seguir um breve histórico desse bem cultural de nosso município:

No fim do século XIX, o vigário Jacyntho Theóphilo Trombert, percebeu que o Cemitério Paroquial de São Miguel já era pequeno para o tamanho do arraial, e resolveu construir um novo cemitério próximo ao local onde ele já havia iniciado a construção da Igreja do Rosário.
Na década de 1960, o Padre Henrique Silvino Alves ampliou esse cemitério, e construiu uma capela dedicada à Nossa Senhora da Piedade. Para tanto encomendou uma imagem do Rio de Janeiro, para ser colocada no altar-mor da dita capela.
Em 17 de setembro de 1961 foi feita a Sagração do altar de Nossa Senhora da Piedade, na Capela do Cemitério Paroquial, estiveram presentes: Cônego Nélson Simões Quinteiro, Padre José Nascimento e mais seis outros sacerdotes.
Na década de 1980, o Cemitério Paroquial passou para a responsabilidade da Prefeitura Municipal de Senador Firmino, juntamente com a Capela de Nossa Senhora da Piedade.
A imagem em madeira policromada foi esculpida pelo artista carioca Aurélio Moreira da Silva, e representa a Virgem Maria recebendo seu filho morto nos braços.
Na década de 1980, a imagem passou por uma repintura realizada por Sílvia Cabral.
O Programa de Aplicação do Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (FUMPAC), para o ano de 2011, prevê a Restauração da dita Imagem, com reposição das perdas do suporte, remoção de repinturas e recuperação da Policromia original.


Rodrigo Celi Veiga Dias
Chefe do Setor de Patrimônio Histórico e Cultural

ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM SENADOR FIRMINO

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A água que servia a população do antigo arraial de Conceição do Turvo corria por sulcos feitos no chão, mantidos a descoberto, sem oferecer, portanto, as condições mínimas de higiene.
Do ponto mais alto do Córrego dos Lanas, descia a água em direção ao centro do arraial, onde a mesma era distribuída à população e às residências. As casas que eram mais distantes do centro captavam a água em poços artesanais construídos pelos próprios proprietários, onde por meio de bomba a água era levada até as residências.
Uma bica desembocava no centro do arraial, onde em 1940, o Prefeito Municipal Professor Cícero Torres Galindo construiu uma balaustrada e uma cascata por onde a água descia, e muitas pessoas buscavam ai baldes de água para o consumo residencial.
Na década de 1960, o Prefeito Municipal Noé de Oliveira Fernandes, ao reformar a Praça Raimundo Carneiro, construiu um chafariz que utilizava essa mesma água que descia pela cascata.
Outra mina que abastecia a cidade era a localizada na propriedade do Sr. José Nicolau Calderano (Ziquinha Calderano), a água também era levada por meio de sulcos abertos no chão e abastecia as residências do Largo Santo Antônio.
Essa situação do abastecimento de água na cidade continuou até 1967, quando o Prefeito Municipal Nilton Ferreira Pinto deu início à construção e ampliação do Serviço de Água e Esgoto da sede do município.
Em 1972, na gestão do Prefeito Municipal Silvério Gomes Durso deu-se início ao abastecimento de água potável em Senador Firmino.
Em 1974, o Prefeito Municipal Elias Flores Mussi iniciou os melhoramentos do Serviço de Água da cidade. E em 17 de julho de 1975, foi assinado pelo mesmo prefeito um convênio com a Fundação de Serviços de Saúde Pública (FSESP), para a construção do Serviço de Abastecimento Público de Água em Senador Firmino.
Em 12 de abril de 1978, o Prefeito Municipal Professor Cléber José Pereira deu início ao processo de criação da Autarquia Municipal do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) em Senador Firmino.
Em 02 de maio de 1980, na gestão do Prefeito Municipal Sebastião Firmo (Batié) foi criada a Autarquia Municipal do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) em Senador Firmino. E em 13 de maio do mesmo ano, era inaugurada, pelo dito Prefeito Municipal, a Estação de Tratamento de Água do SAAE no município.


Rodrigo Celi Veiga Dias
Historiador

LENDAS E CAUSOS FIRMINENSES: PADRE SIMIM E AS MULHERES

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Na década de 1920 era pároco de Conceição do Turvo o Padre Francisco de Assis Dias Simim, natural do Cedro em Ponte Nova. Padre Chiquinho era uma excelente pessoa, mas muito bravo com a garotada nas aulas de catecismo. Tinha uma birra particular com as mulheres, e fazia as meninas sofrerem durante as aulas. Certa vez aconteceu uma passagem cômica, protagonizada por uma menina de nome Francisca (Chiquita). Natural de Juiz de Fora, sobrinha de um caxeiro-viajante conhecido como Zico Barbosa, parece que ficara órfã, vindo residir com uma parenta em Conceição. Muito viva e inteligente, Chiquita era um pouco rebelde. Certa vez desagradou o Padre Simim na aula de catecismo, e o padre usando a sua costumeira catilinária contra as mulheres, chamou-lhe a atenção diante da garotada. Chiquita, que já andava de saco cheio com a lenga-lenga contra as mulheres, levantou-se do banco, encarou o padre cara a cara e perguntou-lhe: “Padre Francisco, a senhora sua mãe é homem?” Um pouco desconcertado o vigário mudou de assunto.


Rodrigo Celi Veiga Dias
Historiador - UFOP